No último dia 24 ocorreu uma triste constatação na cidade de Valença, localizada no Baixo Sul da Bahia. A cidade, conhecida por ser o porto de saída para destinos paradisíacos da Bahia próximos, como Morro de São Paulo e Boipeba, infelizmente e em pleno século XXI, abriga uma situação “infernal” para as trabalhadoras domésticas.
Eis a situação. O Sindicato dos Trabalhadores Domésticos da Bahia (SINDOMÉSTICO/Ba) realizou um encontro na cidade da “Roda de Conversa Sobre Legislação das Trabalhadoras Domésticas Mensalistas e Diaristas”, no Porto da Embira. Estiveram presentes quinze trabalhadoras domésticas e nenhuma delas recebe sequer salário mínimo de mensalista e não têm carteira assinada. E trabalham mais do que as 44 horas previstas na legislação vigente.
Valença é um microcosmos da situação nacional. Segundo o IBGE, em 2018, 72,2 % das trabalhadoras domésticas não tinham carteira assinada. E, ontem (27), o Brasil “comemorou” o Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica. A categoria foi pauta da imprensa e veio à luz situações como essa. Mas situações como essa ocorrem durante todo o ano e deveriam, no mínimo, envergonhar a sociedade brasileira.
“É uma situação generalizada de trabalho análogo à escravidão”, constata Marinalva Barbosa, secretária de Serviços e Apoio Social do SINDOMÉSTICO/Ba. Ela foi a coordenadora do evento em Valença. “Um absurdo. Uma situação degradante. As mulheres trabalhando o mês todo, por horas intermináveis, e recebendo um salário entre RS 500,00 e RS 600,00”, disse Marinalva Barbosa.
A Roda de Conversas têm também o intuito de filiar a categoria ao sindicato.