O SINDOMESTICO/BA participou do II Seminário FETIPA em Rede no Enfrentamento ao Trabalho Infantil, realizado nesta semana, reunindo juízes, juízas, advogados, advogadas, auditores fiscais e representantes da sociedade civil para discutir estratégias de combate à exploração de crianças e adolescentes no mundo do trabalho.
Representando o sindicato, a presidenta Milca Martins compartilhou sua experiência pessoal e alertou para a permanência do trabalho doméstico infantil, prática ilegal que ainda persiste no Brasil.
“Contei um pouco da minha trajetória da infância, que foi no trabalho doméstico, e as violências que ainda hoje a maioria das trabalhadoras domésticas no Brasil enfrenta na casa dos patrões”, afirmou Milca.
“É o desrespeito com a questão da infância e das adolescentes, em especial as trabalhadoras domésticas negras, que ocupam esse mercado de trabalho e os patrões tentam burlar a lei dizendo que a gente é da família.”
Milca também trouxe à tona o emblemático caso de Sônia Maria de Jesus, destacando a importância da atuação firme da Justiça do Trabalho e dos órgãos de fiscalização para coibir essa prática:
“Foi muito importante nossa participação para que os próprios juízes vejam e revejam a aplicação da lei, porque no trabalho doméstico é proibido menores abaixo de 18 anos estarem na casa dos empregadores prestando serviço.”
Segundo Milca, o seminário foi um espaço de escuta e fortalecimento da luta coletiva:
“A gente falou a respeito de todas as violências ainda na infância, que é um dos primeiros crimes que esses empregadores causam na vida dessa mulher adulta que passou pelo trabalho doméstico infantil. Foi muito bacana estar lá presente.”
A presença do SINDOMESTICO/BA no evento reforça o compromisso da entidade com o enfrentamento ao trabalho infantil, especialmente no setor doméstico, e a luta pela garantia dos direitos de meninas e adolescentes negras em situação de vulnerabilidade.
