Na última quarta-feira, 28, o Sindicato das Trabalhadoras (es) Domésticas (os) da Bahia (SINDOMÉSTICO/BA) participou da caminhada realizada em Salvador, em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
O evento reuniu diversas instituições e movimentos sociais com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a persistência do trabalho escravo no Brasil, principalmente no setor doméstico, e reforçar a luta por justiça social. A caminhada contou com a presença de 38 membros da COETRAE (Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo), incluindo representantes de secretarias de Estado, instituições do Governo Federal, sistema de justiça e organizações da sociedade civil. Entre os participantes estavam o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Federal (PF), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), além de sindicatos e entidades de defesa dos direitos humanos.
A ação simbolizou um esforço conjunto para erradicar essa prática cruel. O evento também chamou a atenção para os alarmantes dados sobre o trabalho escravo no Brasil. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), em setembro de 2024, 20 empregadores baianos foram incluídos na “Lista Suja” do MTE, que lista aqueles que submeteram trabalhadoras e trabalhadores a condições análogas à escravidão. Em 2023, a fiscalização resultou no resgate de 3.190 pessoas em todo o Brasil, com o pagamento de R$ 12.877.721,82 em verbas salariais e rescisórias para as vítimas. Esses dados reforçam a gravidade da situação, que afeta também as trabalhadoras e trabalhadores domésticos.
Além de denunciar o impacto do trabalho escravo na vida de tantas pessoas, o evento também teve o propósito de pressionar as autoridades por uma fiscalização mais rigorosa e o cumprimento de políticas públicas que garantam a liberdade e os direitos das trabalhadoras e trabalhadores. A caminhada representou mais um passo na construção de uma sociedade mais justa, onde os direitos das trabalhadoras e trabalhadores domésticos sejam integralmente respeitados.
O SINDOMÉSTICO/BA reafirma seu compromisso com essa causa e segue lutando por dignidade, respeito e valorização para todos os profissionais do setor. Hildete Souza, coordenadora de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Combate ao Trabalho Escravo da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, destacou a importância da participação do órgão na manifestação: “A Comissão de Erradicação do Trabalho Escravo na Bahia está nas ruas para dizer NÃO ao trabalho escravo. Em 2024, 183 pessoas da Bahia foram resgatadas de trabalho análogo à escravidão. Não queremos mais nenhuma vida resgatada dessa realidade. Esse crime precisa acabar. O trabalho escravo precisa deixar de existir. Queremos trabalho decente, boas oportunidades e vida digna para nossa população”, afirmou.