A coordenadora geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Luiza Batista, participou, nesta segunda-feira (6), de uma entrevista para o Programa Trocando em Miúdos, apresentado pelo jornalista Márcio Alvarenga, transmitido pela Rádio Universitária FM, da Universidade Federal de Uberlândia – MG, de segunda a sábado, das 11 às 12h.
Durante esta semana, o programa está prestando homenagem a diversas mulheres brasileiras pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (8). Na ocasião, Luiza Batista falou sobre “A situação da doméstica no Brasil”.
A sindicalista abordou a questão das trabalhadoras que estão sendo submetidas à condição análoga à escravidão e do desrespeito dos empregadores com relação aos direitos trabalhistas da categoria.
“A nossa luta é para combater tudo isso. A luta não mudou. O que mudou é a expectativa que temos em dialogar com o governo atual, que já está com as nossas pautas em mãos. Esperamos que estas sejam atendidas”, disse Luiza Batista.
Sobre o trabalho análogo à escravidão, Luiza Batista analisa que a pandemia contribuiu para o aumento desta prática. “A pandemia deixou milhões de pessoas desempregadas e nesta situação pessoas de má fé acabam submetendo os trabalhadores a esta prática. Estamos acompanhando muitas pessoas sendo resgatadas desta condição desumana de trabalho, como o escândalo nas vinícolas, no sul do país”, afirmou.
“No trabalho doméstico, a situação é mais difícil porque as trabalhadoras domésticas trabalham isoladas, é uma ou duas em casa residência. Com isso, os sindicatos não têm como chegar nestes postos de trabalho, ao contrário de outras categorias. Geralmente, quando uma trabalhadora doméstica é resgatada nessas condições, ele já tem mais de 50 anos nestes locais. Foram meninas que antes de ter a proibição do trabalho doméstico infantil, vieram de regiões distantes, para as capitais para trabalhar, com a promessa de que iam estudar. Os pais veem nesta promessa uma perspectiva melhor para a filha. Muitas quando chegam nas capitais perdem o contato com a família, e aí se torna mais difícil resgatar. A FENATRAD, com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), tem feito diversas denúncias. Os auditores fiscais estão realizando resgates de trabalhadoras nestas condições”, informou Luiza Batista.
Para denunciar casos de trabalho escravo, disque 100.
Ouça o Programa na íntegra através do link: http://programatrocandoemmiudos.com.br/pt-br/node/7759