A presidenta de honra da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) e Secretaria de Formação Sindical e de Estudos do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos da Bahia (SINDOMÉSTICO/BA), Creuza Oliveira, participou, nesta terça-feira (29), de um encontro de Movimentos Feministas e de Mulheres do Campo de Esquerda com a equipe de transição do governo eleito de Lula. À tarde, ocorreu, no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, uma reunião com Leonora Menicucci, coordenadora da equipe de transição para assuntos das Mulheres. Ela é ex-ministra de Políticas para as Mulheres do governo Dilma.
Na ocasião, foi entregue uma Carta sugerindo propostas que visem melhorar a vida das brasileiras. No documento, as mulheres afirmam que “defendemos como prioridade absoluta o diálogo para a revogação de medidas do Governo Bolsonaro que violaram direitos e atacaram ferozmente a autonomia das mulheres brasileiras”.
A FENATRAD é uma das entidades que assinam a Carta. “Estamos vivendo um novo momento, um momento de esperança para todas nós mulheres. Nós, que fomos execradas deste governo atual, que vimos nossos direitos sendo sacrificados, além do crescimento da violência contra nós, feminicídios, desigualdades e injustiças. Essa Carta é um documento feito a muitas mãos, mas com o objetivo único, recuperar os nossos direitos”, disse Creuza Oliveira.
As ativistas consideram fundamental a criação de políticas públicas em diversas áreas, como o enfrentamento ao racismo, justiça socioambiental, direitos sexuais, combate à pobreza e à fome, enfrentamento da superexploração e precarização do trabalho, fim da LGBTQIA+fobia, lesbocídio e do transfeminicídio, dentre outras.
A Carta consta ainda de decretos e portarias que as representantes dos movimentos desejam que sejam revogadas imediatamente. De acordo com o documento, “seja para reformulação e publicação com nova redação ou para sustar os retrocessos que tais decisões causam à sociedade como um todo e às mulheres”.
Participaram a deputada federal Lídice da Mata (PSB) e Vilma Reis (PT), socióloga, militantes dos direitos humanos, dentre outras.
As entidades que assinaram a Cartas são: a AMB Articulação de Mulheres Brasileiras; ANMIGA – Articulação Nacional de Mulheres Indígenas Guerreiras pela Ancestralidade; Auto-Organização de Mulheres Negras de Sergipe Rejane Maria; CEDENPA – Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará; CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das comunidades Quilombolas; CONTAG – Confederação Nacional das Trabalhadoras Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares; CUT – Central Única de Trabalhadoras e Trabalhadores; FENATRAD – Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas; LBL – Liga Brasileira de Lésbicas; Marcha de Mulheres Negras de SP; MMC – Movimento de Mulheres Camponesas; MMM – Marcha Mundial das Mulheres; MIQCB/PA- Movimento Interestadual de Quebradeiras de Côco Babaçu/Regional PA; Rede de Mulheres Negras de Pernambuco; Rede Fulanas NAB – Negras da Amazônia Brasileira; Rede de Mulheres Negras para Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – RedeSAN e RENFA – Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas.
Veja a carta na íntegra.